Esses dias, por coincidência, duas mães de meninas pós-operadas de escoliose me enviaram mensagem angustiadas, pois não sabiam mais o que fazer por conta de uma dor crônica na escápula que elas estavam sentindo. Ambas queriam saber se eu tive esse tipo de dor depois de operar a escoliose e como eu tinha resolvido.
A verdade é que eu não passei por isso. Minhas dores foram muito fortes e intensas durante sete dias, quando fiquei com bomba de morfina no hospital, mas depois disso, aos poucos, foi diminuindo. Não tive dor na escápula. De qualquer forma, tentei ajudar dizendo que cada paciente reage de um jeito, mas que valia uma avaliação médica, porque a ideia não é ter dor crônica e isso precisava ser resolvido de alguma maneira. Foi então que, depois de alguns exames, a primeira mãe que me contactou, me disse que a princípio não tinha nada de errado, mas que o médico pediu também um exame de termografia para avaliar melhor. Nunca tínhamos ouvido falar neste exame, mas vamos confiar que dessa vez o motivo de tanta dor aparece. Passado alguns dias, ela me mandou outra mensagem e veio o resultado: pela termografia era muito nítido que a filha dela estava com uma grande inflamação exatamente na região das dores e que isso tinha a ver com a cirurgia de escoliose.
A termografia é uma técnica de imagem médica que registra o calor emitido pelo corpo. Isso é feito por meio de um dispositivo chamado câmera termográfica, que detecta e mede a radiação infravermelha emitida pela superfície da pele. Esta radiação é convertida em uma imagem térmica, que pode ser analisada por profissionais de saúde. A principal ideia por trás da termografia é que diferentes partes do corpo têm diferentes padrões de emissão de calor e alterações nesses padrões podem indicar problemas de saúde. Por exemplo, uma área inflamada ou com aumento do fluxo sanguíneo pode emitir mais calor. Uma vantagem da termografia é que um exame não invasivo e não utiliza radiação ionizante, como é o caso das radiografias ou tomografias. No entanto, a interpretação das imagens termográficas requer habilidade e experiência por parte do profissional de saúde, pois muitos fatores podem influenciar as leituras, como a temperatura ambiente e a atividade física do paciente.
A termografia pode desempenhar um papel útil no manejo da dor no pós-operatório da escoliose, pois após a cirurgia, os pacientes podem ter algum tipo de inflamação ou desconforto. O exame pode ser usado como uma ferramenta de monitoramento para avaliar a resposta do corpo ao trauma cirúrgico e para identificar áreas de inflamação ou disfunção que podem estar contribuindo para a dor. Ao realizar a termografia no pós-operatório, os profissionais de saúde podem identificar padrões térmicos anormais na região da cirurgia, como áreas de temperatura elevada que podem indicar inflamação ou disfunção neurológica. Essas informações podem ajudar os médicos a ajustar o plano de tratamento da dor, adaptando a medicação analgésica ou fisioterapia conforme necessário.
Além disso, a termografia pode ser usada para monitorar a progressão da recuperação ao longo do tempo e isso ajuda os médicos a acompanhar esse processo e identificar quaisquer complicações que possam surgir durante a recuperação.
No entanto, é importante ressaltar que a termografia deve ser usada em conjunto com outras ferramentas de avaliação da dor no pós-operatório, como avaliação clínica, questionários de dor e exames de imagem, para fornecer uma imagem completa da condição do paciente e orientar o manejo da dor de forma eficaz.
No fim, depois que ela me explicou tudo, eu a coloquei em contato com a outra mãe, que estava passando pela mesma situação com sua filha, para que elas pudessem trocar informações e ajudar uma à outra.
Fiz este post para caso alguém aí esteja vivendo esta mesma dor, possa perguntar ao médico de confiança sobre este exame, que também tem por objetivo auxiliar no acompanhamento pós-operatório da escoliose.
Você já tinha ouvido falar? Me conta!
