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A escoliose e o suporte psicológico por Elisabetta D'Agata

Atualizado: 1 de nov. de 2023

Conheci a nossa convidada de honra de hoje no evento Tratando Escoliose para Pais e Filhos, organizado pela Associação Brasileira de Tratamento da Escoliose (ABTE), quando ela fez uma palestra muito interessante sobre a importância do suporte psicológico para pais e pacientes da deformidade. Com uma grande simpatia e competência, ela abordou o tema de forma leve, mas sempre com muito profissionalismo. Então, convidei a italiana Elisabetta D'Agata, Doutora em psicologia de pacientes com escoliose e terapeuta corporal, para conversar mais sobre as emoções dos adolescentes e seus pais nessa jornada da coluna torta. Vem conferir tudo na entrevista abaixo:


1- Como psicóloga especializada em escoliose, qual você acredita ser o maior desafio dos adolescentes quando descobrem que têm escoliose?


Acredito que a descoberta da escoliose é, antes de tudo, um desafio familiar. A forma como os pais lidam com essa nova informação pode ter um efeito incrível na vida dos jovens pacientes: se a ansiedade, o medo e a confusão forem avassaladores nos adultos, os adolescentes podem utilizar muitos mecanismos de defesa para se protegerem, como desconectarem-se da realidade, cansaço, sonolência etc. Portanto, no final das contas, acredito que o grande desafio seja gerenciar o medo da progressão da escoliose e dos tratamentos relacionados.


2- Qual é a importância de aceitar a escoliose para a saúde mental do paciente?


Esta é uma ótima pergunta, obrigada! Acredito que seja válida tanto para pacientes adolescentes quanto adultos. Se eles forem capazes de aceitar a escoliose, não vão lutar contra ela, mas podem cuidar da sua escoliose e coluna com autocompaixão. Isso significa uma diferença entre dois tipos de pacientes: aqueles que fazem o tratamento por medo, raiva, porque o médico diz etc. E aqueles que seguem o tratamento, porque querem se curar, cuidar de si mesmos, se amar. Entendo que essa segunda atitude pode ser muito difícil para os adolescentes, mas também considero que nós, como adultos, temos uma grande responsabilidade em transmitir a mensagem certa, nas palavras que usamos, nas ferramentas que temos para reduzir a ansiedade ou para ativar o envolvimento deles na terapia.


3- O uso do colete ainda é um grande problema para adolescentes com escoliose?


Sim, é. Embora tenhamos coletes mais leves e coletes coloridos, em comparação com o passado, a comunidade de adolescentes está mais rigorosamente exigente na criação de códigos de vestimenta não escritos, e isso representa uma forma de pertencer ou não ao grupo. Sabemos que o isolamento é realmente doloroso para os adolescentes, além disso, os adolescentes isolados correm o risco de perder toda a experiência e conhecimento de que precisam para fazer a transição da infância para a vida adulta.


4- Como o suporte psicológico ajuda os adolescentes a usarem o colete diariamente?


Por meio do apoio adequado, os adolescentes podem aprender a transformar a escoliose e seu tratamento em um desafio que eles têm recursos para enfrentar, e não como um estresse que é demais para eles. Além disso, eles podem aprender que a escoliose é apenas uma parte deles e não a pessoa inteira. Dessa forma, podem encontrar o tempo adequado para tratar a escoliose sem esquecer as outras áreas de suas vidas.


5- E o apoio dos pais e familiares, em que medida isso ajuda a lidar com a escoliose?


Como eu mencionei antes, se os pais recebem o apoio adequado, podem transmitir que a situação está sob controle, e dessa forma, todo o sistema familiar pode apoiar os adolescentes no tratamento com força, foco, intenção e otimismo.


6- Por favor, deixe uma mensagem final para nossos leitores com sua visão sobre a relação entre psicoterapia e tratamento da escoliose.


Acredito que, para tratar uma pessoa com escoliose, devemos considerar todos os componentes da perspectiva corpo-mente. Recebo frequentemente esta pergunta: a psicoterapia é necessária para todos os pacientes com escoliose? Considero que um psicólogo, um terapeuta deve estar presente, deve estar próximo desses pacientes e, para cada caso, o profissional será capaz de decidir se há ou não a necessidade, também se o paciente deseja profundamente trabalhar nesse sentido ou não. Quanto mais recursos oferecermos aos nossos pacientes, mais eles serão capazes de lidar com a escoliose e prosperar em suas vidas.

escoliose
Dra. Elisabetta D´Agata

Muito obrigada, Dra. Elisabetta, por trazer tanta luz para os leitores! Pessoal, para saber mais sobre ela, basta acessar o site www.psychologyforscoliosis.com .

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