Hoje vamos explorar um pouco mais este medidor fundamental no crescimento das crianças e adolescentes e entender a importância do sinal de Risser na escoliose e no seu tratamento. Confesso que na época que eu usava colete e ia mil vezes ao médico, nunca ouvi falar em Risser. Fui aprender e entender o que é este sinal já adulta, quando voltei a estudar sobre escoliose. Fiquei surpresa ao notar o quão importante ele é para a tomada de decisão dos médicos e fisioterapeutas sobre como vão definir o caminho do tratamento da coluna torta.
Explicando de forma simples, o sinal de Risser é um medidor radiográfico muito importante para os profissionais da saúde que tratam a escoliose, pois ele identifica a maturidade esquelética da crista ilíaca do adolescente - uma estrutura óssea na parte superior da pelve – e, de acordo com isso, eles definem o tratamento mais adequado para a deformidade. Por exemplo, se um adolescente com escoliose tem um sinal de Risser baixo e uma curva significativa, o ortopedista pode recomendar opções de tratamento mais agressivas, como uso de colete ortopédico ou cirurgia, para evitar a progressão da curva da escoliose à medida que o paciente continua a crescer.
A escala vai de 0 a 5, sendo que quanto mais perto do 0 menos madura está a ossificação e, portanto, mais chance de progressão ainda tem a curva.
Risser 0: Indica que não houve ossificação da crista ilíaca.
Risser 1: Indica ossificação inicial, geralmente começando na borda lateral da crista ilíaca.
Risser 2: Indica ossificação mais avançada, geralmente cobrindo cerca de um quarto da crista ilíaca.
Risser 3: Indica que a ossificação cobre aproximadamente metade da crista ilíaca.
Risser 4: Indica que a ossificação cobre aproximadamente três quartos da crista ilíaca.
Risser 5: Indica ossificação completa da crista ilíaca, indicando que o crescimento esquelético está completo.
Os profissionais da saúde geralmente usam o sinal de Risser como um dos vários fatores para avaliar o risco de progressão da escoliose em adolescentes. Outros fatores também incluem a idade do paciente, o tamanho da curva da escoliose, a localização da curva e o padrão de crescimento. Em geral, quanto menor o sinal de Risser (indicando menos maturação esquelética), maior o risco de progressão da escoliose. Adolescentes com Risser 0 ou 1 têm um risco mais alto de progressão em comparação com aqueles com Risser 3, 4 ou 5.
Quando tive alta do colete de Milwaukee, o termo que meu médico usou foi “crescimento fechado”. Ele me deu a boa notícia logo depois de avaliar meu Raio-X e ver que a minha maturidade esquelética estava completa. Hoje, sei que ele estava querendo dizer que meu Risser tinha chegado a 5 com 14 anos e, por isso, eu poderia parar de usar o colete.
É importante notar que a progressão da escoliose é influenciada por uma variedade de fatores, e o sinal de Risser é apenas um deles. O tratamento e a monitorização da escoliose devem ser feitos por um ortopedista especializado, que levará em consideração todos os fatores relevantes ao tomar decisões sobre o tratamento.
No post “Escoliose idiopática do adolescente: entrevista com o Dr. Marcelo Risso” abordamos um pouco mais sobre essa questão.
E vocês, já sabiam o que é o sinal de Risser?
Parabéns pelo depoimento! Sua história é muito parecida com a de minha filha, que está usando colete há 4 anos e agora tem 14,5 anos. Pelo RX, ela está com Risser 4, então acho que ainda vai usar mais um pouco. Que bom que vc conseguiu comemorar aos 14. Tomara que ela consiga antes dos 16 anos!
Sim, como me lembro desta contagem para o fechamento do crescimento. Parabéns, excelente explicação , muito importante para conscientização