Quem tem escoliose sabe o quanto é difícil conviver com isso e como nossa autoestima fica abalada. Falo por mim mesma. Comecei a usar o colete com 11 anos e morria de vergonha de mostrar aqueles ferros todos no pescoço, fora que chamava tanta atenção na rua, que até hoje tenho pavor de ser o centro das atenções. Depois de anos, ainda sofro as consequência de uma adolescente com baixa autoestima e que tentava lidar com as emoções da escoliose.
Na época do colete não fiz terapia. Depois dos 30, haja terapia para salvar aquela garotinha que cresceu, mas continua envergonhada e com complexo de inferioridade. Vocês também se sentem assim? Normal. A escoliose faz isso!
Mas como podemos melhorar todo esse impacto psicológico?
- Procurar ajuda de um profissional
Há um tempo - bem depois do lançamento do livro "A Menina da Coluna Torta" - um psicólogo me procurou, pois ele tinha uma paciente adolescente com escoliose e achava que uma conversa minha com ela seria bem importante para o tratamento. Batemos um papo e o resultado de fato foi ótimo. Hoje ela está muito bem (até nos falamos por e-mail outro dia), mas se não fosse a sensibilidade dele de cuidar tão bem da saúde mental dela nesta fase tão complicada, as coisas poderiam ser bem diferentes. A psicoterapia é essencial para fortalecer a autoestima, a autoconfiança e o amor-próprio, emoções que ficam bastante comprometidas com a escoliose.
Atualmente, muitos planos de saúde já cobrem consultas de terapia, basta ter um encaminhamento médico para solicitar a autorização do convênio. Mas também tem a possibilidade dos psicólogos gratuitos em locais como o Centro de Atenção Psicossocial do SUS, ONGs e Departamentos de Psicologia de Universidades Públicas.
Não deixe de procurar um tratamento psicológico para te ajudar a superar a escoliose. E não sou eu que estou falando. Hoje em dia, os próprios médicos estão indicando a psicoterapia para pacientes com escoliose, afinal o melhor tratamento é o multidisciplinar, com diversos profissionais envolvidos no bem-estar do paciente, incluindo o psicólogo.
- Encontrar comunidades nas redes sociais
Existem diversos grupos no Facebook de pessoas com escoliose ou de pais de pessoas com escoliose. Lá é possível trocar muitas informações, tirar dúvidas ou simplesmente desabafar. A rede de apoio nesses grupos é grande, afinal todos ali entendem o que o outro está passando. É uma ótima forma de ajudar a cuidar do psicológico. Além do Facebook, existem perfis no Instagram e Tik Tok, que também ajudam a falar sobre o tema.
- Conversar com as amigas
Essa foi a forma que eu encontrei de lidar melhor com o problema. Era com as minhas amigas que eu chorava e me consolava. E com elas também que eu me divertia para esquecer um pouco aquilo tudo, principalmente na época do colete. As amigas são as melhores para dar uma palavra de carinho e para nos ajudar a melhorar a autoestima.
- Aceitar a condição
Quanto mais lutamos para aceitar que temos que passar por uma situação difícil, mais demora para termos paz. É o famoso "aceita que dói menos" rsrs. Sei que é bem complicado e, muitas vezes, nos revoltamos, mas construir uma inteligência emocional nessas horas, só nos ajuda a nos equilibrarmos e pensarmos que algum aprendizado bom vamos tirar disso tudo. E aí vem a nossa paz.
- Estudar sobre o assunto
Quando nos informamos sobre o tema que nos perturba, desmistificamos muitas ideias que nós mesmos criamos. E criar conceitos da nossa própria cabeça é algo natural, afinal somos seres-humanos, né? Porém, estudar sobre a escoliose e depois conversar sobre isso com familiares e equipe de saúde, pode ajudar bastante neste processo doloroso, porque assim vamos desconstruindo todo aquele medo e insegurança que sentimos.
Essas são alguma dicas minhas de como melhorar a nossa saúde mental, quando temos que lidar com a escoliose. Mas eu quero te escutar!!!
Você tem algum recurso que usa no dia a dia para diminuir o sofrimento? Me conta!
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